23 junho 2021 Colesterol alto infantil existe, e não é brincadeira!
Quando falamos em colesterol alto, não pensamos imediatamente nas crianças e adolescentes – mas sim, a doença pode acometer os pequenos também. A seguir, falarei sobre o assunto, explicarei sobre o colesterol alto genético, como prevenir e quais exames são realizados.
Sedentarismo e alimentação inadequada, com o alto índice de consumo de industrializados e fast foods, são as principais causas do aumento dos níveis do colesterol na faixa etária pediátrica. E há, ainda, a hipercolesterolemia familiar (aumento do colesterol genético), que pode iniciar a manifestação logo na infância.
Essa última causa é transmitida de pais para filhos por fatores genéticos, e é caracterizada por níveis elevados de LDL (conhecido como colesterol ruim), independente dos hábitos da criança. Ou seja, nestes casos as crianças e adolescentes são mais propensas a desenvolver a complicação, e de forma precoce.
E como lidar? Havendo casos na família, o ideal é sempre obter acompanhamento precoce e informar o histórico ao pediatra na consulta. Medir o colesterol desde cedo é importante, e quanto antes for feito o diagnóstico, melhor será o tratamento.
É importante saber também, que todo mundo tem colesterol – imprescindível para o funcionamento de todo o organismo. Essa gordura auxilia, por exemplo, a formar a membrana que recobre as células em nosso corpo para garantir a entrada e saída de substâncias. O problema existe quando os níveis de colesterol estão inadequados: o LDL, colesterol “ruim”, e o HDL, que é o tipo “bom”.
“Doutor, como prevenir?”
O primeiro passo – e mais importante – é realizar a consulta com o especialista para o diagnóstico correto e a indicação de um tratamento adequado (afinal, cada caso é um caso!). Porém, no geral e em casos simples, para evitar o colesterol alto em crianças e adolescentes não tem segredo: é preciso adotar um estilo de vida mais saudável, dele e da família como um todo.
Aqui vão algumas dicas básicas e essenciais:
- Diminua os carboidratos simples (açúcar, pão branco, arroz branco) do cardápio;
- Estimule a ingestão de alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras e grãos;
- Ofereça mais água e elimine o consumo de bebidas adoçadas;
- Reduza ao máximo o uso de gordura trans;
- Corte os alimentos industrializados (prontos) e os fast foods;
- Diminua as atividades sedentárias (computadores, televisão, tabletes e celulares);
- Estimule uma atividade física que ele goste (com duração de uma hora e três vezes por semana) – que tal fazer com o pequeno para incentivar?
Detectando o colesterol alto infantil
Os exames solicitados para a detecção são a de dosagem de triglicérides e do colesterol total e suas frações (LDL, HDL, VLDL e colesterol não-HDL). Geralmente as crianças que realizam os exames são as que possuem histórico familiar positivo para hipercolesterolemia, conforme comentado, e pacientes com pelo menos dois fatores de risco de: obesidade, sedentarismo, diabetes e hipertensão.
Os valores ideais para crianças e adolescentes entre 2 e 19 anos são de:
- Colesterol < 170
- LDL <110
- HDL > 45
- Triglicérides <75 (0 a menor que 10 anos) ou <90 (10 a menor que 20 anos) com jejum de 12 horas
O tratamento medicamentoso existe e, em casos mais raros e sérios, é indicado imprescindivelmente sob orientação médica para crianças e adolescentes com níveis de colesterol considerados de risco e, ainda, para aqueles que não responderem adequadamente à dieta equilibrada e a atividade física recomendada.
Ou seja, uma alimentação balanceada aliada a uma vida ativa é o combo ideal para a criança e adolescente viverem uma vida saudável com o nível de colesterol adequado! Cuide de seu pequeno com carinho; não dispense o diagnóstico e auxílio de um bom especialista.